quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ensaio sobre o amor


O amor tem um gosto estranho.
Exótico e estranho.
Te causa agonia e aperto no peito.
Te faz suspirar sozinho e sorrir a toa.

Às vezes faz chorar também...

Mas não chorar por amor é como ouvir The Smiths e não balançar os pés ao ritmo da canção.

Meio sem nexo. Meio sem graça.

Amar é esquecer-se do tempo. É ver o dia correr num segundo. É ver a semana arrastar-se num século enquanto aguarda o tão esperado encontro de sabádo.
É dormir cedo pra chegar logo a hora do bom dia. É passar o batom exclusivamente para ser tirado em um beijo quente de 'olá' antes mesmo de ser visto.
É provar novos gostos, novas essências. Misturar, resgatar, inovar e fazer de tudo uma novidade.
Amor todo mundo já sentiu...mas eu estou falando de algo mais profundo...

Quando se descobre o amor?

Às vezes ele está escondido em um sorriso simples, em um balançar de braços. Em um perfume...
Perfumes são cheios de amores, e o amor em si é absolutamente perfumado.
Nada remonta uma lembrança mais nítida do que um cheiro exalado no ar.
Do perfume resgata-se a forma, a cor, o tom, a pele.
Do perfume se refaz a forma idêntica na mente de quem amou...

'Amou'?

Uma amiga minha diz que 'amar' é um verbo que não se conjuga no passado...

Então 'amando' seria a forma correta.
Porque quando penso no meu futuro faço dele um futuro mais que perfeito.

E hoje, eu admito, conjugo meu verbo no presente: 'Eu amo'.